domingo, 6 de novembro de 2011

Traçado

Disseram que tinha fila pra ganhar seu coração. Você que parece tão meu desde que me apareceu.

Eu felicitei sua presença  desde a primeira vez em que ela se fez, como a uma estrela pendida, passeando pela Terra, disfarçada.

O destino se virou pra arrumar um jeito de nos colocar frente a frente, mesmo dentro das multidões em que nos metíamos. E as nossas fantasias pareciam estar sempre combinadas.

Você é o Rei da fanfarra, eu sou a Rainha.

Você é a melodia das músicas que puxa, eu sou a rima.

Somos tão esteriotipadamente parecidos, que podíamos ser irmãos.

Quem pode advinhar a importância que um desconhecido vai ter na história de uma vida em que ele ainda não entrou?
E como vai um poeta se virar nesses jogos de sedução, nesses teatros de instigação e desprezo, quando não pode disfarçar seu olhar?

Eu fui por você rendida, vendida no riso que deu, saído da minha boca. Nua diante da sua presença que me encarava no espelho.

Usei tantos factoides, fiz tanta anarquia no mundo, que me encontrei num vagabundo, nobre e cruel como eu.