sexta-feira, 12 de abril de 2013

DAMA DE ESPADAS

Quando uma poetisa vira no samurai, pega a pena bem diferente.
Sempre dói, sempre é ardente!

Tira da veia aquela velha caneta e bota o pente fino da navalha na boca, pra tocar gaita quente, onde o alvo dos versos vai dançar!

Ninguém, aqui, veio a passeio, nem pra mico de circo, pra começar.
A sexualidade feminina já foi liberada faz muito tempo pra homem ainda achar que ele fica bonito com dezenas de corações pendurados no pescoço, que nem orelhas arrancadas na batalha.

Se é pra medir libido, formo um coro pra testemunhar!

Que seja, então, a festa da uva! Tanto Dionísio quanto Oxóssi já me contaram: enquanto tiver bambu tem flecha e se tiver vinho, terá parreira pra balançar.

É o baralhão? Cuidado com a dama de espadas!

Lembra bem de onde você saiu e dos peitos que te amamentaram, quando você ainda usava fraudas!


CATEXIA

Em todo investimento psíquico que faço por nós, onde meus movimentos engolem os seus, há mais eu, que nós.


São os meus sonhos e pulsões que lhe desenham e, sendo assim, você próprio não pode me saciar.
Porque existe num lugar muito distante, tem suas genuinidades, desejos e mesmo que eu me encaixe neles, nunca será na quantidade suficiente da catexia que eu demando.

Quando tratamos a nossa alma enferma, o primeiro passo é retirar o princípio, doente.

Impossível ficar esperando que supra minhas expectativas, que alimente o meu amor com o soro do seu. Não é da sua natureza, nem acho que deva ser da de ninguém, mas no seu caso, não há nem disposição para tentar. E eu quero um herói!

Assim, como não é do meu direito alterar traços estruturais da sua personalidade.
Você é tão pássaro quanto eu era antes de inventar essa história impalpável, fantasiosa e meu falso desejo -coloca a nós dois, numa gaiola.


Buscar pela válvula que machuca é princípio de morte, não de vida!

Às vezes o problema não está na canção, está no disco!

Como posso dizer que o quero, se o que quero é diferente do que você é?

É necessário olhar de fora de nós, tanto quanto de dentro. E no olhar geral, está na hora de perder a ilusão do controle, que um instante de satisfação causou e defecar de vez essa ligação indigesta pra ver se, retirando da minha garganta o seu falo e as suas mentiras eu canto novamente, limpa, com o eco da minha própria voz.

Acharei entre os machos da minha espécie um que regenere minhas esperanças e não que ative, sem freio, meus traumas e fobias, nesse cotidiano "de ja vu" do mal.

Tudo esclarecido?
Voe fora da minha vista!
Grata pela contradança!
Isso é tudo e nada pessoal!

quarta-feira, 3 de abril de 2013

MÁSCARAS SOCIAIS


A discrição sobre a própria "loucura" salvou Galileu e também pode te salvar!
Tá, que hoje não se queima, mais, herege na fogueira
Mas vai que tentam te curar?

Artaud viveu mais no hospício do que no teatro e Rimbaud adolesceu de poesia.

Amarra a pantera da tua fúria com um laço florido e nó apertado!
Existem características dos loucos, que são os poetas, que são o seu relicário

muita gente fofoqueira... muita máscara, pouca cara verdadeira

Pode parecer que não, mas no mundo de hoje em dia,
em que todos se usam de maneira tão vazia
a fogueira das vaidades é a mais difícil de pular.

segunda-feira, 1 de abril de 2013


Me enrolar num céu de estrelas,
 deitar a cabeça na lua, 
rodar as hélices do vento 
e dormir abraçada com Deus, 
ao som da natureza que corre nas veias dele 
e nas minhas.


LOBISOMEM

    Em noites de lua cheia, cuidado com seu imaginário
    ser humano ser um bicho, será fato secundário
    Cada afeto virá místico, lembranças serão cenário
    O amor dançará, latente, independente ao destinatário
    e você sairá voando, pra fazer amor no céu por direito ou arbitrário.



VERDADE



Não peça que compreendam sua poesia

ou devolvam seus passos de dança no mesmo compasso

amar é ver, nas diferenças entre si e o outro,

a possibilidade de uma trindade:

você, o outro e o amor compartilhado


Apenas seja, e perceba se quem deseja amar se encaixa,

deliciado e apaixonado, nessa sua intimidade.


O amor é um bordado ousado e natural

feito da simplicidade e do magistral.