quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
POESIA DO AMOR ENTRE O RATO E A LUA
Rato: Ó lua! Ó lua! Linda como um queijo! Eu queria voar para na lua chegar.
Lua: Ah, Rato... se vira pra arrumar umas assas, que eu tô louca pra você vir me comer!
Lua: Ah, Rato... se vira pra arrumar umas assas, que eu tô louca pra você vir me comer!
domingo, 4 de novembro de 2012
Carta de amor - ridícula, como deve ser!
O infinito é tão místico que um ser humano não lhe sustenta o olhar.
Uma rede de pesca, uma rede de deitar.
Meu coração, pra você sempre aquecido, já é sua casa faz tempo.
Você não quer vir morar?
No seu pescoço o meu rosto encaixa.
Sua expiração é perfeita pra me botar pra dormir.
E eu acordaria cinco horas antes da programação do meu despertador só
pra vê-lo tomar café.
Quero o fio do nosso mais profundo suspiro, pra seguir até chegar ao
miolo de nós.
Tudo sensível!
Volta pra esse cobertor que não enrolou mais ninguém depois de acomodar
você.
Tem um estirão de mundo pra caminhar, mas você não precisa ir sozinho. Dizem que todo mundo tem um par.
Analise sem esse medo de tudo que já sucedeu, eu já nem lembro mais,
porque vou com você agora, se vier me buscar.
Sua história, timoneiro não precisa ser pra sempre só, em alto mar.
Reflete no som dos meus carinhos e volta correndo pros meus braços
que neles você tem lugar.
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
LUA - Segunda poesia - Pro dia de Todos os Santos:
Oh, lua... que é tão bela
reconstrói o meu coração
ai, minha cara companheira
tira de mim tal paixão
Sei que fui eu quem a pediu
E nos teus clarões insistiu
mas nota o estado, agora
desta poeta tua,
desalentada e nua
que rios e mares chora
nas fases que insinua.
São Jorge, que em ti habita
livrou-te até de um dragão
era pra este amado, então
este que tanto pedi
ser nobre de coração
e matar feras por mim.
Mas nota, bem, minha amiga
majestade que me reina
tudo não passou de teima
o amante estava errado
era um qualquer, descuidado
arrancou meu coração,
com teus presenteados colares
E com essa mesma mão
afastou-me da sua vida.
Agora, farol do meu sonho eleito
que é luz dos meus caminhos
não faça eles serem sozinhos
como castigo da sorte
por esse feitiço mal feito.
Dá-me um novo coração
tapando o buraco do peito
Dá-me tua inspiração
que o que foi feito, foi feito
já não há mais solução.
Um amor, quando se acaba
é como um buraco negro
como a morte de uma fada
como um céu escuro, cedo.
Assim, minha lua amada
espero tua providência
fica certa da minha vivência
do meu triste aprendizado
e reabre pra mim os caminhos
que aqui, não resta mais nada.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Sangue de Israel!
Vem cá que eu vou mostrar uma poesia daquelas de doer o osso!
Você gosta de poesia, não é?
Então presta atenção que vou pegar dois bisturis, emprestados dos seus dois olhos e fatiar meu coração pra você ver.
Tem muita poesia no sangue coronário. Bota na taça e bebe devagar que a onda é certa e o efeito sem hora pra acabar.
Quando resolveu abocanhar o amor de uma poeta, achando que suas metáforas eram mais úmidas que ela, provavelmente não tomou o cuidado de manter intacta a veia venenosa ou inventou um antídoto.
Não se bole em caldeirão de bruxa antiga sem saber ao certo que poções ela guarda na despensa.
Meu batom vermelho se infiltrará pra sempre na sua pele e a marca nunca mais conseguirá ser apagada,
a cor das minhas íris e o dourado dos meus cabelos serão lente eterna das suas emotividades
e você terá que lidar pra sempre com a falta da minha presença constante, que não mais estará na sua vida.
Por acaso pensou que a minha liberdade era leviandade?
Meu querido, eu sou certeira na minha confusão. Sou a Grande Deusa, uma das ninfas de Baco, a sétima rainha poeta, eu sou o mar!
Esse sangue que corre do meu coração em fatias é hebreu. Avisem aos vampiros que será distribuído o sangue de Israel!
Homem meu não vira amigo. Vira amante, saudade, promessa ou cinza na mesma fogueira onde me queimaram em vidas passadas.
Meu amor é tão grande quanto o firmamento!
Quem sai daqui vai ter a chave do paraíso ou lembrança nítida da terra esquecida por mim, onde dança o capeta do arrependimento.
Você gosta de poesia, não é?
Então presta atenção que vou pegar dois bisturis, emprestados dos seus dois olhos e fatiar meu coração pra você ver.
Tem muita poesia no sangue coronário. Bota na taça e bebe devagar que a onda é certa e o efeito sem hora pra acabar.
Quando resolveu abocanhar o amor de uma poeta, achando que suas metáforas eram mais úmidas que ela, provavelmente não tomou o cuidado de manter intacta a veia venenosa ou inventou um antídoto.
Não se bole em caldeirão de bruxa antiga sem saber ao certo que poções ela guarda na despensa.
Meu batom vermelho se infiltrará pra sempre na sua pele e a marca nunca mais conseguirá ser apagada,
a cor das minhas íris e o dourado dos meus cabelos serão lente eterna das suas emotividades
e você terá que lidar pra sempre com a falta da minha presença constante, que não mais estará na sua vida.
Por acaso pensou que a minha liberdade era leviandade?
Meu querido, eu sou certeira na minha confusão. Sou a Grande Deusa, uma das ninfas de Baco, a sétima rainha poeta, eu sou o mar!
Esse sangue que corre do meu coração em fatias é hebreu. Avisem aos vampiros que será distribuído o sangue de Israel!
Homem meu não vira amigo. Vira amante, saudade, promessa ou cinza na mesma fogueira onde me queimaram em vidas passadas.
Meu amor é tão grande quanto o firmamento!
Quem sai daqui vai ter a chave do paraíso ou lembrança nítida da terra esquecida por mim, onde dança o capeta do arrependimento.
sábado, 20 de outubro de 2012
Quando o olho deu choque
eu ri. Quem me olhava era tão bonito!
E de mãos dadas, corremos aquelas ruas todas na chuva e nos raios do sol, que nascia.. com o vento na cara até o elevador do meu prédio.
Dele, em sequência, portas esbarradas e roupas do capacho à cama.
Paredes da minha casa. Terremoto, maremoto, tornado tornando o imaginário real.
Os sons de todas as canções do mundo embalavam o nosso sono suspirante e as nossas danças festivas.
A base da paixão está no quanto pode ficar macio um coração nesses segundos preciosos em que se enche de afeto.
Você regou, que nem chuva boa, as minhas emotividades.
E de mãos dadas, corremos aquelas ruas todas na chuva e nos raios do sol, que nascia.. com o vento na cara até o elevador do meu prédio.
Dele, em sequência, portas esbarradas e roupas do capacho à cama.
Paredes da minha casa. Terremoto, maremoto, tornado tornando o imaginário real.
Os sons de todas as canções do mundo embalavam o nosso sono suspirante e as nossas danças festivas.
A base da paixão está no quanto pode ficar macio um coração nesses segundos preciosos em que se enche de afeto.
Você regou, que nem chuva boa, as minhas emotividades.
ARMAGEDOM
E acendam as fogueiras do coração que lá vem o armagedom.
Fim e início. Avesso do avesso.
O tempo vai parar, deitar confortavelmente, e deixar todos os amantes, de uma vez só, no mesmo lugar.
Como cabe gente dentro de um coração!
E como ele é caprichoso... como pulsa, como sente...
Expectativas amorosas quebrando-se, suplicando que o que veio seja bem melhor.
Eu gosto dos meus sentimentos profundos. Gosto de como eu
mesma me vejo com eles. Sou do partido da lealdade total!
Que sejam salutares os caminhos!
Que venham as morais das histórias!
Que o puro seja preservado!
E saravá, girem suas saias!
Homens e mulheres.
Que a roda vai começar!
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
VONTADE
Essa madrugada, a vontade de escrever um poema não me deixou
dormir.
Ela puxava meus lençóis
e me importunava com beliscões.
Mas também me beijava a boca, deitava meu pensamento no
peito e trazia gotas do sereno mais puro, que só essa hora fabrica, pra saudar
minhas lágrimas caídas em horas passadas.
Falava indecentemente sobre os meus secretos e
declarados amores, de todos os tipos. Dos pensamentos que eu tinha tentado
controlar essa manhã. Das minhas últimas escolhas... Sussurrava.
Tanto buliu que me botou com tesão. Levantei e escrevi.
Só que falei dela, pra danada se aquietar e me deixar
dormir.
Sabe como é vontade, não é? Dá e passa!
Mas, dá mais que chuchu na serra! E quando passa, a gente
tem vontade dela dar novamente.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Casa de espelhos
Ela controlava a sorte. Vivia deitada em uma cama toda branca, com travesseiros e lençóis cor de papel em branco, num cômodo que além da cama só possuía materiais para escrita.
Redigia os sonhos e os pesadelos de todos os seres humanos enquanto se enroscava em sua núvem clara.
Lua... no redondo descanso dentro do círculo de imaginação que lhe prendia o chão do universo. Gaiola protetora.
Dizem que a dama não saiu solta no mundo, quando algumas de suas defesas recuaram e a deixaram passar.
Ela negociou consigo... que tudo ali era seu próprio reflexo.
Ficou sua casa suspensa, estruturada, seus soldados de folga enquanto ela foi rodar, voando por aí, para absorver informações e desejos novos, para refrescar a cabeça numa nascente de rio, para querer voltar a estar em si. Tinha algum tempo estocado e uma reserva de sonhos, fruto das noites que passara em ócio criativo.
Levou apenas 3 amuletos na bagagem: saudades como guia de onde ir e como voltar; lealdade ao próprio eu e para com aqueles a quem enviava o que escrevia; e um coração com bastante amor, para a vida acabar, nascer e isso ser circular, quantas vezes fosse necessário, e a sua escrita ser eternamente de palavras boas e feita com caneta fina.
sábado, 15 de setembro de 2012
conto 2 - sobre protagonismo
Acredito que os caminhos não são como o physique du role
Todos estão esperando os passos.
Quando eu abrir os olhos quero ver além do outro, a mim
mesma.
Sou eu quem respira. Eu sei onde foco para existir.
Gosto de sentir e saber pelo que passa dentro de mim!
Decodificando.
Por que não me daria todas as delícias pessoais?
Não há menor necessidade de eu viver num mundo do qual não
goste.
Tenho total direito e até alguma obrigação de ser feliz, que
poeta infeliz não dá frutos absolutamente positivos.
A mesma voltagem vai trabalhar para qualquer finalidade. Está
tudo na escolha.
Eu optei por... ao invés de matar minha inocência, sair de perto de onde ela morre
e plantá-la novamente.
Agora ela parece muito com a orquídea que tenho na
varanda: só folhas a espera da floração, mas continua respirando...
crescendo... como eu.
Quase perdi meu diamante por um raio de luz que refletiu mal
num espelho qualquer.
Fazer o que? Ficar com a parte boa da fruta e jogar a podre
fora, como fez Romeu quando Julieta em flor lhe pediu que abandonasse seu nome e
ficasse com seu amor.
Escolhas e escolhas! Mas que seja sempre o meu querido
coração, que frequentemente aplaudo, o tutor e a flecha das minhas decisões.
conto 1 - Sobre o protagonismo
Mas tem que prestar atenção:
A resposta final deve sempre ser a vida!
Não dá pra lutar pelo que não tem pulso.
Se ficar doente, a gente cuida!
Se cair de joelhos,
botamos parafusos...
Seres humanos foram feitos pra se tratar.
Mas antes de tudo, colegas de existência
Tem que a achar a contra-mola,
o DNA, o fogo de Prometeu.
Aí você estará conectado
Aí terá toda energia reservada na alma como se fosse um
recipiente onde os deuses tomam a água interminável.
Ser médico pede saúde!
Somos protagonistas.
Como focos únicos de luz, da terra pro céu! Estrelas no avesso do
universo.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Recifiense
Tem que ter muito apego pra trabalhar o desapego.
Eu faço um personagem recifense e me apego mesmo.
Essa sorte caiu para você. Foi escolha do Cupido.
Sustos e nocautes!
Então por que não me aproveita, senhor, já que sou sua? É até um desperdício cuspir fora um amor.
Não vou triturar essa paixão que me faz carne moída.
Ela é bonita, felina, resistente e cheia de ideias próprias.
Como que vou combater essa menina?
Já você, minha obra prima...
devia deixar dessas histórias
levantar essa espinhela caída
e vir comigo cantar vitórias
que sou eu sua heroína.
Estrada...
O que foi que aconteceu pra ele pegar as malas e partir?
Caminho seu. Em busca da alma que perdeu.
Naquela noite sentou na beira da estrada e não dormiu.
Um norte aos seus pés se formava, a sorte virava e ele riu.
Lembrou da ciranda da tarde passada,
Da moça enfeitada que um beijo pediu
Do cair do sol que assistiu sem ninguém
Cercado porém de recordações, algumas canções que ele repetiu.
Tinha nas mãos a medalha
Igual àquela que a amada ganhou.
A pele mal agasalhada, vento – madrugada
Disso ele gostou. Se encolheu... pensou...
O que foi que lhe botou, iniciando aquela caminhada sem saber
O que deixou, no rastro das suas passadas queria esquecer.
Ia encontrar consigo, coração pra um abrigo antes enviou
Seu nome foi pelo correio, mas seu paradeiro nem pra ele contou.
Voou... seguiu...
Disseram que foi pra esquecer um tempo doído que não se acabou
Disseram que foi conhecer um Deus seu amigo, um Diabo doutor
Alguns suspeitavam que ele tinha cometido um crime qualquer
Fingia... sorria... pedia:
Que no final do caminho não mais se lembrasse da louca
saudade daquela mulher.
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Pierrô...
De que vale todas as horas insensatas, todas as palavras mal escolhidas e toda pura ansiedade de um apaixonado quando esbarra no muro do não.
- Não, eu não te amo!
E o Pierrô duvida, suplica, canta...
Já a Colobina intocável replica-lhe: não. - Eu não te amo!
O palhaço entorta os cantos da boca, chora,
pega a viola, vai embora...
mas carrega consigo o sonho, que esse ele não vai deixar.
- Não, eu não te amo!
E o Pierrô duvida, suplica, canta...
Já a Colobina intocável replica-lhe: não. - Eu não te amo!
O palhaço entorta os cantos da boca, chora,
pega a viola, vai embora...
mas carrega consigo o sonho, que esse ele não vai deixar.
Lá está boa escaleta. O elenco pode mudar...
Quem sabe pra outra ocasião, ou pra outra bailarina, ou para sempre pra mesma... só que em uma outra cena, num tempo de outra hora, quando forem novas as máscaras e souberem melhores rimas.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Promessa
Dá o seu coração pra eu botar no colo! Vem você inteiro pra eu ninar!
Cospe o medo fora como um fumo mastigado.
Esquece essa caminhada e o chão esburacado.
Pega o tempo na palma da minha mão e vamos voltar pras noites do início do inverno,
quando nossos abraços eram eternos e poemas meus, seus preferidos.
Já não tenho ar pra acordar do meu protagonismo de sonhos... Eu quero respirar à tona da sua presença.
Meu sangue está incendiando.
Pegarei fogo de dentro pra fora se não beber você.
Essa noite, como uma promessa cumprida o fim vai virar começo e a morte vai virar vida.
domingo, 19 de agosto de 2012
Cordel de proposta boa
Ele disse que queria
fazer um cordel arretado
daqueles que rimam de lado
e dão fácil cantoria.
Eu pensei, ó coração
procê fazer um repente
pode ser possivelmente
que já tenha dom e instrução
mas pra puxar um cordel
arretado, ainda por cima
tem que ter a mão da rima
e coração de carrossel.
vou lhe dar um bom pitaco
entra todo na minha alma
que pode nem sempre ser calma
mas é rimeira de fato.
quem sabe contigo aqui dentro
eu fique mais encontrada
que eu sei que em nalguma estrada
eu acho as peças e emendo.
e enquanto cê vai me montando
com seu amor bem no centro
do cordel faço fomento
e dele vou lhe contando.
aí ocê ganha o livrerto
arretado como quer
e ainda faz de mim a mulher
mais feliz do firmamento.
Até de sapatilhas...
Quer que eu me acalme? Vem morar comigo. Deixa eu ver pelo menos acordando e antes de dormir a sua cara linda que no resto do mundo eu prometo passar só uma vista.
Você diz que me alimento mal, que durmo pouco, ando de salto demais...
Trata então de vir cozinhar pra mim! Deixo a dispensa cheia, o gaz, todos os temperos que você resolver experimentar e se eu não achar algum nas feiras acho a semente, planto, cuido só pra você deixar com o gosto que desejar!
Se eu souber que vai ser em alguma parte do seu corpo que vou deitar a cabeça, vai ver como durmo tranquila.
Por você, meu amor eu ando descalça o resto da vida, mas posso ir de sapatilhas se precisar dançar diante das nossas angústias pra elas nunca serem capazes de nos despedaçar.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
domingo, 12 de agosto de 2012
Ode aos desolados!
A saudade corta com ferro fundo
Vira uma costela e a outra do avesso e dá nó no tronco
Queima como os meus olhos resvalando na hemorragia de tanto chorar
Moi que nem triturador.
Saudade sem promessa de fim é prima-irmã das enfermarias
Dá pra se morrer disso!
Prometeus amorosos, refazendo-se sem parar, sem outra opção.
O som da voz saudosa, o formato do rosto, a cor dos olhos e dos cabelos.
A maneira de se mover , distração após distração claramente diante do
que sente a falta.
Dá pra quase tocar o amado com a recordação emocional das texturas e do calor.
Dá pra sentir o gosto na boca do gozo e do beijo.
Receber a emoção do abraço horizontal mesmo caminhando mundo afora...
Fechar as pálpebras laçada a travesseiros pra chamar os sonhos
desejados...
Lembrar detalhadamente dos orgasmos e da conexão das íris ainda um sobre
o outro...
Amar o distante quando se o quer perto.
Paga-se com uma dor de amor todos os corações que abandonamos.
Cada não dito ou
explicação guardada.
Como desespera carregar um sentimento forte no peito, sabendo que ele
já foi sacrificado e que caberá a si próprio o manejo do tiro de misericórdia.
Aceitar que está morto o que em nós está vibrando de tão vivo é como pedirem para enterrar um bebê que acabou de nascer.
Ah que se ter piedade de um amor rejeitado!
É o pior dos destinos que pode esperar por um enamorado.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
LÍQUIDAS
Todos os bichos que sangram, por natureza da saúde, são fêmeas.
Todas tem útero e as maneiras são iminentemente parecidas a qualquer criatura
que venha ao mundo com esse gênero.
Profundas e convexas, temos eco e há uma extrema necessidade de nos sentirmos repletas!
Uma mulher olhar-se no rio que deságua dela própria é muito perigoso, porque somos naturalmente tão bonitas, que se falássemos e ouvíssemos pelos olhos de nós mesmas, ficaríamos ali por toda eternidade ou afundaríamos nas águas, em nossa busca.
As escolhas femininas são sempre legítimas, se saem do peito, ou ele é quem lhes nubla os olhos?
Universo de intensa administração. Devem ter tirado da enorme quantidade de tropeços que as mulheres dão nos corações, incluindo no seu, a ideia de vitória da força masculina.
Podem até ter razão que isso um homem sempre se gaba de ter!
domingo, 5 de agosto de 2012
CHUVA
Quando a chuva passar, tudo ficará resolvido
a terra seca vai retomar antiga fertilidade
os telhados estarão lavados e o sol vai vir cristalino.
Respire fundo
Agarre-se em si e veja as gotas caírem
tão parecidas com lágrimas,
tão geladas quanto ficam, por vezes os corações,
tão úmidas quanto os cabelos molhados do seu amor .
tão úmidas quanto os cabelos molhados do seu amor .
Leve as plantas pra fora de casa
e pendure a alma no varal, pra ela tomar um banho.
Dispa-se do corpo e se transfira pras nuvens
derrame-se de lá!
Quando a chuva passar, vão chegar todas as respostas...
mas deixa a mente encharcar, antes da ideia nascer.
Esteja certo de que mais à noite, vai ter um belo luar!
segunda-feira, 30 de julho de 2012
MARTELO AGALOPADO
Retornei renovada pra sua casa
sem trazer as sujeiras do andar
vim cerzindo a colcha de deitar
pondo pena num sonho já sem asa
esqueci que o pote cheio vaza
e menti a vontade de ficar
mas agora é preciso te deixar
pra seguir pelas rimas da minha vida
pois martelo se faz é com dez rima
e amor, se não é dois não vai vingar
terça-feira, 24 de julho de 2012
FADA AZUL
Fechara o coração aos amores profundos.
Um certo dia, perto do inverno começar, um homem lhe declarou sensibilidades... Ela, para seu próprio susto se emocionou.
Dormiam juntos. Abraçavam-se! E como o frio da vindoura estação já se pronunciava, ela começou a decodificar o calor daquele peito masculino em que deitava como a algo possível, extensivo a seus próprios sentimentos . E ele se declarava , fazendo que na sua razão fosse se abrindo uma ruela transversal, uma apetitosa rua que tinha muitas possibilidades.
Aquele chaveiro prometia destrancar-lhe o coração.
Pulou o precipício! Tinha um rio tão perfeito lá embaixo...
Mas depois de uns quatro amores terminados, qualquer mulher fica atenta aos sinais, aos desvios, aos astros se for necessário. E um grilo que lá longe no passado lhe colocaram na cabeça criquilou.
- Abra a caixa! Disse a curiosidade...
E Pandora, apaixonada pela idéia do conhecimento abriu.
Foi no meio de seu salto ornamental... Alí estavam as verdades sobre seu amado, sobre seu amor e o rio lhe apareceu escuro repentinamente e raso, muito mais que o possível. Caiu de cabeça. Quebrou o pescoço.
Afogada em tão poucas águas ela chorou seus últimos ais, com lágrimas tão grossas que o leito tornou a se encher e entornou no mar.
A dama, na passagem da corredeira entre as pedras, perdeu a pele e foi ficando com a alma exposta. E essa identidade subcutânea sabia cantar.
Quando chegou com tamanha tristeza no oceano, Iemanjá foi lhe falar. Disse:
- Quem és tú menina que morreu de tanto chorar?
- Sou a ilusão de um amor que decidiu não me amar.
- Pois aqui sede bem- vinda! Gosto de te ouvir cantar. Se a tristeza é poetizada tem chance de se acabar. Fica da cor do meu reino que não vão te atrapalhar. Serás sereia e fada, aprenderás a nadar. Uma missão te darei e a ela não podes negar.
Assim, a moça fez-se e a fada azul foi criada com as curas dos amores, cantando todas as dores, se estourando na praia, infinita e esperançosa... Lavando corações no mar.
terça-feira, 17 de julho de 2012
Antropofagia
Nada mais precioso que a alquimia
de travar os músculos, nessa noite fria
lembrando do modo como insistia
dentro de mim em antropofagia
em checar se eu já não fugia
do gozo eterno que me mataria
Ode ao sujeito inveja, em detrimento das conjugações verbais!
A inveja é um sentimento feminino. Os homens também sentem, claro! Mas
eles não tem classe pra esse tango.
É o desejo do que se gosta, para nós mulheres. Pelo menos eu acho isso.
Para eles é ter exatamente o que o outro tem. Não serve semelhante,
cópia, gêmio, duplicata de fábrica. O foco deles é a pessoa que tem e não o que
ela tem.
Não sou dessas, mas confesso que quando a tal dama surge eu não fecho a porta, não! Porque ela vem com o cheiro de todos os meus desejos.
Aquela jura de amor que não foi feita pra mim... Um lugar que não ocupei, mas gostaria... Um verso inacreditável que outro poeta tenha feito... A loura da minha adolescência por quem todos se derretiam...
Aquela jura de amor que não foi feita pra mim... Um lugar que não ocupei, mas gostaria... Um verso inacreditável que outro poeta tenha feito... A loura da minha adolescência por quem todos se derretiam...
E o que há de antinatural nisso? É que nem o ronco, que é uma das
atividades mais involuntárias do ser humano.
Ninguém tá defendendo o verbo! Ser invejoso é buraco negro no formato de
tumor.
Mas o deparar-se com a inveja - sujeito - e trocar uma boa ideia com
ela, quando essa se apresenta ao invés de rejeitá-la é muito mais esperto do
que mascarar o sentimento.
Dá pra tirar uns estudos. Porque se eu quero o que não tenho e
identifico o que quero, ainda tenho como resolver.
Me preencho nesses momentos muito mais da confirmação dos meus sonhos do
que daquilo que roi. O mal não faz muita festa na minha alma.
No final das contas ouvi outras juras... ocupei outros lugares... fiz
outros poemas... e fiquei eu mesma loira.
E se sacudirem novamente esse pomo da discórdia diante de mim, eu mordo!
Faço bem a digestão e boto pra fora, de preferencia em uma boa quantidade de
palavras.
E se a maçã estiver envenenada de consciências mortíferas... eu dormirei
bem bonita, pra manter em mim todo sonho até que um beijo de amor verdadeiro me
acorde novamente.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
CORDEL DE RIMA INTERNA, PRA SANTO ANTÔNIO
Saiu sem acabar o jantar
Carregando as coisas sem mala
Poupando sentimentos e fala
nem cogitou em ficar.
Você nem deveria ter vindo
Não foi isso que eu importara
Eu pedi uma joia rara
E não uma janela de vidro.
Esse que daqui saiu
Mentiroso e traidor
Era a um pacote de dor
E quase me destruiu.
Que foi isso, Santo Antônio?
Vou te arrumnar um bloquinho
Pro senhor anotar direitinho
Pedidos de matrimonio.
Porque se era pra errar tão feio
e me adorecer de mal amor
preferia que o senhor
não chegasse nem ao meio.
Vai, se refaça coração
pelo menos foi rapidinho
esquece o que foi carinho
foca na transformação.
Que aí, pode até ser
que exergue direito o vilão
e até o próximo São João
consiga sobreviver.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Gozo em reprise...
Só os apaixonados sabem as emoções do dia seguinte, as doces e salgadas lembranças de detalhes emocionais.
O desatado nó profundo faz dança de fitas na alma do amante e o sangue gira veias adentro como se gota por gota dessem as mãos em ciranda.
Dá pra ver o amor movimentando um coração. Ve-se fora do corpo! Nítido e aureliano... O apaixonado resplandesce, sai faísca, dá choque. Gozo em reprise.
O amor é um segundo. Um incontável e salvador segundo próprio, independente das divisões cabidas.
Percebam esses momentos seguros, mesmo que depois o mundo mude e os sonhos se transformem.
Será dessa maneira que você desejará se sentir, por cada momento que for possível pelo resto da sua vida.
Divino!
Eu gosto de como o bigode sobe quando ele ri. Acho super charmosa sua lingua meio presa, suas calças engraçadas e seus cabelos Art Nouveau.
Ele pensa tanto antes de cada fala que tudo fica com sua devida importância.
Aberturas românticas pra coração cansado...
O sexo e o abraço nunca me deram prazeres tão parecidos!
Ainda existe amor, tô vendo um nascer.
É um momento divino, tem que olhar com olhos virados pra se perceber.
terça-feira, 29 de maio de 2012
Cordeiros e Lobos
E foi o cordeiro pro meio dos lobos! Sabe lá com coragem? Sabe lá com que vontade?
Ele realmente acreditou que se comprasse uma pele cinza e usasse sapatos que lhe aumentassem as patas os outros da matilha não lhe notariam e o tomariam por igual.
O penetra imitou os sons das vozes e risadas, esticou a coluna como eles faziam e até ousou uivar.
Mas lobo a lobo foi notando as escapulidas e distonâncias que o pobre dava. Um termo trocado aqui, um rugido estridente demais acolá e lá foi o cordeiro descoberto.
O que se faz quando a máscara não cabe no rosto?
Nessa selva urbana de ganhos e perdas tão rápidas, lobo come cordeiro, cordeiro sacrifica a si próprio e tudo fica tão casual que nem se nota a matança e o suicídio.
Há que se ter muito cuidado em pensar que peles de lobos são todas tão iguais, que comprando uma se pode passar imune pelas matilhas.
Ele realmente acreditou que se comprasse uma pele cinza e usasse sapatos que lhe aumentassem as patas os outros da matilha não lhe notariam e o tomariam por igual.
O penetra imitou os sons das vozes e risadas, esticou a coluna como eles faziam e até ousou uivar.
Mas lobo a lobo foi notando as escapulidas e distonâncias que o pobre dava. Um termo trocado aqui, um rugido estridente demais acolá e lá foi o cordeiro descoberto.
O que se faz quando a máscara não cabe no rosto?
Nessa selva urbana de ganhos e perdas tão rápidas, lobo come cordeiro, cordeiro sacrifica a si próprio e tudo fica tão casual que nem se nota a matança e o suicídio.
Há que se ter muito cuidado em pensar que peles de lobos são todas tão iguais, que comprando uma se pode passar imune pelas matilhas.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Achados
Esperanças espertas usam lentes de luz negra e corda-bamba branca.
Lapidações de sí próprio pra refletir mais do que gastar.
Saudemos nossos mestres emparelhados nas estantes de livro, cds, filmes, paredes, proteções de tela e gaveteiros emocionais. Nas conclusões se confirmam as referências.
Desejo homens tão bons de cama quanto de vida e mulheres naturalmente lindas, com ou sem maquiagem.
Lapidações de sí próprio pra refletir mais do que gastar.
Saudemos nossos mestres emparelhados nas estantes de livro, cds, filmes, paredes, proteções de tela e gaveteiros emocionais. Nas conclusões se confirmam as referências.
Desejo homens tão bons de cama quanto de vida e mulheres naturalmente lindas, com ou sem maquiagem.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
LUZ
Vista-se com seus melhores amigos e mergulhe no mar da vida.
Será você quem vai nadar ou se afogar, mas a fraternidade é sempre amparo e delatadora de ondas.
Faça prodígios, saia em capas de jornal, cante para multidões, recite versos à luz da lua, mas não esqueça de sua humanidade e cuidado com as sombras nas íris voltadas para você.
As frustações correm de modo peculiar dentro de cada um, assim como a bondade e a alegria.
Podem clonar sua imagem, podem editar suas falas, mas nunca o terão se assim não desejar.
Mas seja agregador! Alargue o foco e mostre toda a banda, além do cantor.
Ilumine-se, ilumine, troque claridades e derrote trevas sem fim, porém, note bem o que digo, não permita que a poeira mortal das vaidades lhe ofusque ou prejudique as boas ações.
O soldado valoroso sabe quando se recolher e quando batalhar. A luta do bem contra o mal não será ganha na força, mas no amor e na inteligência generosa.
Desejo ver as almas estrelares de cada humano, transparecendo pele a fora.
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