domingo, 12 de agosto de 2012

Ode aos desolados!


A saudade corta com ferro fundo
Vira uma costela e a outra do avesso e dá nó no tronco
Queima como os meus olhos resvalando na hemorragia de tanto chorar
Moi que nem triturador.
Saudade sem promessa de fim é prima-irmã das enfermarias

Dá pra se morrer disso!
Prometeus amorosos, refazendo-se sem parar, sem outra opção.

O som da voz saudosa, o formato do rosto, a cor dos olhos e dos cabelos.
A maneira de se mover , distração após distração claramente diante do que sente a falta.
Dá pra quase tocar o amado com a recordação emocional das texturas e do calor.
Dá pra sentir o gosto na boca do gozo e do beijo.

Receber a emoção do abraço horizontal mesmo caminhando mundo afora...
Fechar as pálpebras laçada a travesseiros pra chamar os sonhos desejados...
Lembrar detalhadamente dos orgasmos e da conexão das íris ainda um sobre o outro...
Amar o distante quando se o quer perto.

Paga-se com uma dor de amor todos os corações que abandonamos.
Cada não dito ou explicação guardada.

Como desespera carregar um sentimento forte no peito, sabendo que ele já foi sacrificado e que caberá a si próprio o manejo do tiro de misericórdia.
Aceitar que está morto o que em nós está vibrando de tão vivo é como pedirem para enterrar um bebê que acabou de nascer.

Ah que se ter piedade de um amor rejeitado!
É o pior dos destinos que pode esperar por um enamorado.



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