terça-feira, 22 de outubro de 2013

FOTOGRAFIA

Foi no meio de um beijo.
O casal ainda se conhecia...
E suas salgadas noites de amor não previam doçuras além de uma boa amizade.

Beijavam-se sedentos, até que, no rasto do oxigênio, veio o novo
O susto


Ambos pararam. Apaixonados! 

Nunca tinham visto aquele olhar, igual nos dois, no rosto de um de outro.

Aquilo era uma fotografia emocional!

ARRUMAÇÃO

Babilônias podem se tornar absolutamente desinteressantes
Quando se tenta voltar para elas,
depois de ser tão só,
e não achamos, nem mais, nosso rastro por lá.

Nos últimos dias, me dei folga de tudo!

Era muita informação na fila da minha compreensão..

Precisava arrumar os móveis novos, as velhas malas, os espaços ganhos..

Lavar a varanda da minha alma.
Testar a pele e os sentimentos, como guias da minha Divina Comédia

E meditar, em luz amarelada,
refletindo sobre o branco e o vermelho que tenho visto
na minha própria cara,
refletida naquela que eu mais tenho gostado de ver.

Não girei com o mundo por nada
O que entreguei ao tempo não é mais meu
Terminarei o que vim fazer, mesmo que meus fazeres se alarguem.
Sou uma mulher que honra votos!

Chega uma parte da vida
em que pensamos ver a diferença entre amor e paixão
entre opinião e verdade
ou vontade e condição.

A ironia ri do presunçoso!

Que sejam bem sucedidas minhas pegadas, ainda não marcadas,
mas que aceito e batalho por vislumbrar.

terça-feira, 1 de outubro de 2013



"Sabe quem eu vi?  BEM-TI-VI!
Sabe quem beijou? BEIJA-FLOR!
Sabe quem morreu?

meu amor"

(domínio público)





frankensteiniana

Pelos latidos do meu cachorro eu sou grata,
Esse som inicial, da família que um dia vou construir.
Vão-se mais de cem amores já passados
E alguns filhos que até ensaiaram existir.
Modificados planos e poemas, sentimentos legendados,
Cirzem a linha em que equilibro minha vida.
No alto das idades passadas e ao pé dos anos que estão por vir.
Remendada, em santa humanidade,
Orgulhosa de minhas respirações que continuam indo e vindo,
Colocando os cheiros do lugar onde estou mais e mais dentro de mim,
Dissolvendo, como a água dessa chuva que cai, as lágrimas saudosas dos beijos lembrados,
Vou nadando, peixe desastrado, tubarão de mim, sereia frankensteiniana.
Como se o tempo fosse um baralho, um tarô impreciso do destino.
Bebo um cálice a mais de vinho, brindo com desincorporados, escuto autores do passado e escrevo, escrevo, escrevo palavras maiores que eu, elas sim, absolutamente sem fim.
Como um astro, do céu desterrado, qual estrela perdida em noite negra, vou resistindo em brilho, cometa,
tentando achar a constelação que no final me dirá um sim.