segunda-feira, 23 de setembro de 2013

SENSÓRIO-MOTOR

Do menor arrepio, crescem todas as promessas de prazer.
Beijos longos pra beber a alma pela língua.
O indecifrável, no segundo eterno, na lembrança presente, que se constrói diante dos meus olhos e dos seus. Imprevisíveis desfechos para histórias que não se quer parar de escrever.
Já passamos sem nem termos chegado, já chegamos sem nem termos saído.
As mil caras do amor, no respeitoso contato de novatos e cautela, fruto dos dessabores já sentidos.
Indica-se mover o corpo, descarregar dos tabus, confiar no bom trato, gêmeo ao que se oferece.
Pode ser que a felicidade esteja exatamente aí, no sangue lubrificando as veias, no riso avermelhando a cara.
Brinquedo sensório-motor, fantasia que nunca falha!


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

E quem foi que te perguntou, poeta?

O negócio é ficar calado..
Deixar cada destino riscado
Se fazer naturalmente.

A mente informa apenas as compreensões dela própria
Por isso as verdades são sempre relativas.

Eu dou as mãos aos meus companheiros cansados de luta
Por um ser humano melhor... por ética na conduta... pela transparência, semente das qualidades
Não nos esgotamos, que isso é incondizente com nossa natureza, mas tem muitos estafados.

Daí safras serem guardadas no esconderijo da adega.
Daí largamos as cidades e a convivência interpessoal pra falar com bicho, num entendimento muito mais pleno do que com os seres humanos... ou entramos de vez nas nossas preciosas bibliotecas, onde escutamos palavras escritas.

Nem uma polegada de força há, em mim, para segurar minha verborragia diante do que  vira do avesso.

Essa criança ainda tem vez, seu boçal! Ninguém nasce com o destino selado!
Não, não acho divertida a sua piada venenosa, nem seu poder manipulador,  nesse viciante nicho ecológico que constrói, setorizando afetos.
Nada dessas vantagens que você conta me causam qualquer desejo!
Pode ficar... no final das contas, clichê ou não,  nem queria mesmo.

“pequenas – grandes maldades humanas”

Aí, o poeta com seu sangue antônimo ao das baratas, não segura o verbo,
E diz na cara do sujeito, que seja limpo!

E quem foi que te perguntou, poeta? Quem diabos quer saber o que pensa?
Você vem, com esse vestido bordado de metáforas, e acha mesmo que alguém vai enxergar alguma coisa, além do seu corpo nu?

Enrola e recolhe tua língua, tampa e guarda a tua caneta
Vai pra dentro de si e se der, não deixa muita gente te acompanhar

Pra vida não triturar sua boa vontade, ainda na adolescência da sua consciência.