quarta-feira, 31 de outubro de 2012

LUA - Segunda poesia - Pro dia de Todos os Santos:


Oh, lua... que é tão bela
reconstrói o meu coração
ai, minha cara companheira
tira de mim tal paixão

Sei que fui eu quem a pediu
E nos teus clarões insistiu
mas nota o estado, agora
desta poeta tua,
desalentada e nua
que rios e mares chora
nas fases que insinua.

São Jorge, que em ti habita
livrou-te até de um dragão
era pra este amado, então
este que tanto pedi
ser nobre de coração
e matar feras por mim.

Mas nota, bem, minha amiga
majestade que me reina
tudo não passou de teima
o amante estava errado
era um qualquer, descuidado
arrancou meu coração,
com teus presenteados colares
E com essa mesma mão
afastou-me da sua vida.

Agora, farol do meu sonho eleito
que é luz dos meus caminhos
não faça eles serem sozinhos
como castigo da sorte
por esse feitiço mal feito.

Dá-me um novo coração
tapando o buraco do peito
Dá-me tua inspiração
que o que foi feito, foi feito
já não há mais solução.

Um amor, quando se acaba
é como um buraco negro
como a morte de uma fada
como um céu escuro, cedo.

Assim, minha lua amada
espero tua providência
fica certa da minha vivência
do meu triste aprendizado
e reabre pra mim os caminhos
que aqui, não resta mais nada.



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sangue de Israel!

Vem cá que eu vou mostrar uma poesia daquelas de doer o osso!
Você gosta de poesia, não é?
Então presta atenção que vou pegar dois bisturis, emprestados dos seus dois olhos e fatiar meu coração pra você ver.
Tem muita poesia no sangue coronário. Bota na taça e bebe devagar que a onda é certa e o efeito sem hora pra acabar.

Quando resolveu abocanhar o amor de uma poeta, achando que suas metáforas eram mais úmidas que ela, provavelmente não tomou o cuidado de manter intacta a veia venenosa ou inventou um antídoto.


Não se bole em caldeirão de bruxa antiga sem saber ao certo que poções ela guarda na despensa.


Meu batom vermelho se infiltrará pra sempre na sua pele e a marca nunca mais conseguirá ser apagada,

a cor das minhas íris e o dourado dos meus cabelos serão lente eterna das suas emotividades
e você terá que lidar pra sempre com a falta da minha presença constante, que não mais estará na sua vida.

Por acaso pensou que a minha liberdade era leviandade?

Meu querido, eu sou certeira na minha confusão. Sou a Grande Deusa, uma das ninfas de Baco, a sétima rainha poeta, eu sou o mar!

Esse sangue que corre do meu coração em fatias é hebreu. Avisem aos vampiros que será distribuído o sangue de Israel!


Homem meu não vira amigo. Vira amante, saudade, promessa ou cinza na mesma fogueira onde me queimaram em vidas passadas.

Meu amor é tão grande quanto o firmamento!

Quem sai daqui vai ter a chave do paraíso ou lembrança nítida da terra esquecida por mim, onde dança o capeta do arrependimento.


sábado, 20 de outubro de 2012



Quando o olho deu choque eu ri. Quem me olhava era tão bonito!
E de mãos dadas, corremos aquelas ruas todas na chuva e nos raios do sol, que nascia.. com o vento na cara até o elevador do meu prédio.
Dele, em sequência, portas esbarradas  e  roupas do capacho à cama.
Paredes da minha casa. Terremoto, maremoto, tornado tornando o imaginário real.
Os sons de todas as canções do mundo embalavam o nosso sono suspirante  e as nossas danças festivas.
A base da paixão está  no quanto pode ficar macio um coração nesses segundos preciosos em que se enche de afeto.

Você regou, que nem chuva boa, as minhas emotividades.

ARMAGEDOM




E acendam as fogueiras do coração que lá vem o armagedom.
Fim e  início.  Avesso do avesso.
O tempo vai parar, deitar confortavelmente, e deixar todos os amantes, de uma vez só, no mesmo lugar.
Como cabe gente dentro de um coração!

E como ele é caprichoso... como pulsa, como sente...

Expectativas amorosas quebrando-se, suplicando que o que veio  seja bem melhor.

Eu gosto dos meus sentimentos profundos. Gosto de como eu mesma me vejo com eles. Sou do partido da lealdade total!

Que sejam salutares os caminhos!
Que venham as morais das histórias!
Que o puro seja preservado!
E saravá, girem suas saias!
Homens e mulheres.
Que a roda vai começar!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

VONTADE


Essa madrugada, a vontade de escrever um poema não me deixou dormir.
Ela puxava  meus lençóis e me importunava com beliscões.
Mas também me beijava a boca, deitava meu pensamento no peito e trazia gotas do sereno mais puro, que só essa hora fabrica, pra saudar minhas lágrimas caídas em horas passadas.
Falava indecentemente sobre os meus secretos e declarados amores, de todos os tipos. Dos pensamentos que eu tinha tentado controlar essa manhã. Das minhas últimas escolhas... Sussurrava.
Tanto buliu que me botou com tesão. Levantei e escrevi.
Só que falei dela, pra danada se aquietar e me deixar dormir.
Sabe como é vontade, não é? Dá e passa!
Mas, dá mais que chuchu na serra! E quando passa, a gente tem vontade dela dar novamente.