quarta-feira, 3 de outubro de 2012

VONTADE


Essa madrugada, a vontade de escrever um poema não me deixou dormir.
Ela puxava  meus lençóis e me importunava com beliscões.
Mas também me beijava a boca, deitava meu pensamento no peito e trazia gotas do sereno mais puro, que só essa hora fabrica, pra saudar minhas lágrimas caídas em horas passadas.
Falava indecentemente sobre os meus secretos e declarados amores, de todos os tipos. Dos pensamentos que eu tinha tentado controlar essa manhã. Das minhas últimas escolhas... Sussurrava.
Tanto buliu que me botou com tesão. Levantei e escrevi.
Só que falei dela, pra danada se aquietar e me deixar dormir.
Sabe como é vontade, não é? Dá e passa!
Mas, dá mais que chuchu na serra! E quando passa, a gente tem vontade dela dar novamente.

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