terça-feira, 24 de julho de 2012

FADA AZUL



Fechara o coração aos amores profundos.
Um certo dia, perto do inverno começar, um homem lhe declarou sensibilidades... Ela, para seu próprio susto se emocionou.
Dormiam juntos. Abraçavam-se! E como o frio da vindoura estação já se pronunciava, ela começou a decodificar o calor daquele peito masculino em que deitava como a algo possível, extensivo a seus próprios sentimentos . E ele se declarava , fazendo que na sua razão fosse se abrindo uma ruela transversal, uma apetitosa rua que tinha muitas possibilidades.
Aquele chaveiro prometia destrancar-lhe o coração.

Pulou o precipício! Tinha um rio tão perfeito lá embaixo...


Mas depois de uns quatro amores terminados, qualquer mulher fica atenta aos sinais, aos desvios, aos astros se for necessário. E um grilo que lá longe no passado lhe colocaram na cabeça criquilou.
-          Abra a caixa! Disse a curiosidade...
E Pandora, apaixonada pela idéia do conhecimento abriu.


Foi no meio de seu salto ornamental... Alí estavam as verdades sobre seu amado, sobre seu amor e o rio lhe apareceu escuro repentinamente e raso, muito mais que o possível. Caiu de cabeça. Quebrou o pescoço.
Afogada em tão poucas águas ela chorou seus últimos ais, com lágrimas tão grossas que o leito tornou a se encher e entornou no mar.
A dama, na passagem da corredeira entre as pedras, perdeu a pele e foi ficando com a alma exposta. E essa identidade subcutânea sabia cantar.
Quando chegou com tamanha tristeza no oceano, Iemanjá foi lhe falar. Disse:



-         Quem és tú menina que morreu de tanto chorar?
-     Sou a ilusão de um amor que decidiu não me amar.
-          Pois aqui sede bem- vinda! Gosto de te ouvir cantar. Se a tristeza é poetizada tem chance de se acabar. Fica da cor do meu reino que não vão te atrapalhar. Serás sereia e fada, aprenderás a nadar. Uma missão te darei e a ela não podes negar.

Assim, a moça fez-se e a fada azul foi criada com as curas dos amores, cantando todas as dores, se estourando na praia, infinita e esperançosa... Lavando corações no mar.


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