Em todo investimento psíquico que faço
por nós, onde meus movimentos engolem os seus, há mais eu, que nós.
São os meus sonhos e pulsões que lhe desenham e, sendo assim, você próprio não pode me saciar.
Porque existe num lugar muito distante,
tem suas genuinidades, desejos e mesmo que eu me encaixe neles, nunca será na
quantidade suficiente da catexia que eu demando.
Quando tratamos a nossa alma enferma, o
primeiro passo é retirar o princípio, doente.
Impossível ficar esperando que supra
minhas expectativas, que alimente o meu amor com o soro do seu. Não é da sua
natureza, nem acho que deva ser da de ninguém, mas no seu caso, não há nem
disposição para tentar. E eu quero um herói!
Assim, como não é do meu direito alterar
traços estruturais da sua personalidade.
Você é tão pássaro quanto eu era antes de
inventar essa história impalpável, fantasiosa e meu falso desejo -coloca a nós dois, numa gaiola.
Buscar pela válvula que machuca é
princípio de morte, não de vida!
Às vezes o problema não está na canção,
está no disco!
Como posso dizer que o quero, se o que
quero é diferente do que você é?
É necessário olhar de fora de nós, tanto
quanto de dentro. E no olhar geral, está na hora de perder a ilusão do
controle, que um instante de satisfação causou e defecar de vez essa ligação
indigesta pra ver se, retirando da minha garganta o seu falo e as suas mentiras
eu canto novamente, limpa, com o eco da minha própria voz.
Acharei entre os machos da
minha espécie um que regenere minhas esperanças e não que ative, sem freio, meus traumas e fobias, nesse cotidiano "de ja vu" do mal.
Tudo esclarecido?
Voe fora da minha
vista!
Grata pela contradança!
Isso é tudo e nada pessoal!