segunda-feira, 25 de março de 2013

HÁ QUE SER...

Nessa loucura que é a existência, nós, encarnados, nos sentimos muito sós...

É coisa do cordão umbilical cortado e da corrente sanguínea separada da mãe.
Somos sempre muito sós, por natureza, e mesmo os que se dizem mais duros, procuram a completude da emoção primordial, que não passa de amor, puro e simples, como o da gestação.

Aí a gente esbarra com alguém que dá um flash, um relâmpago, uma fagulha prometeica e
tudo pega fogo num piscar de olhos. É instinto incombatível e primordial.
E quanto mais nos acostumamos à falta disso, mais - vulneráveis à, e sedentos de.

Só que inevitavelmente ficamos velhos e começamos a nos amar por nós mesmos, já que é tão difícil encontrar alguém que cure essa dor desesperada da separação de um todo e da solidão das partes. 
Como se paríssemos a nós mesmos, novamente, sem separar o cordão dessa vez.

Nesses momentos, de parto e amamentação, temos de tomar muito cuidado com os pretensos amantes que nos cercam.
Sim, que vão sempre se apaixonar pelo instante do resplandecer.
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Novidades amorosas têm que ser tratadas com cautela em momentos de transição ou podem furar nosso próprio olho e desviar o foco da construção do amor por si, novo, filho de si e suas legítimas escolhas.

Há que ser... pra poder amar! Respeita a tua fogueira e as cinzas que se tornarão asas.

Ainda mais se trouxeres no peito um coração em tratamento, ferido recentemente de amor ruim... Corações podem demorar a sarar.

Só quem gosta de si profundamente, pode encontrar outro alguém ciente do amor que deseja trocar.

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