quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

QUINA

Você pode rasgar todo o verbo, trocar sua bermuda por terno, raspar a barba pro tapa pegar melhor...
Se debater dentro do nó, esquecer seu nome de batismo, encenar um pulo num abismo, quebrar suas imagens, mentir ateísmo, correr desvairado, se encher de pó...
Pode se contorcer, botar os pés na cabeça, virar o tampo da mesa...
Jurar tudo pertencer a você... 

Fotos arquivar, cores inverter, ensaiar flores, disfarçar dores e até soltar gargalhadas na tristeza... que ela não vai retroceder.
Enquanto lágrimas caírem quentes e o amor se decompuser - falecido - nada que foi será esquecido, nada que faça lhe mostrará diferente.
Devia saber disso todo aquele que se esconde, devia saber disso todo aquele que mente...

2 comentários:

  1. E eu? Eu que devia ao verbo, à barba, ao nó, a Deus! e eu? que no meu casulo permeneci descrente, temente às estrelas, sem perceber abismos, sem dar certos pulos pra me ver ateu? e eu? esse eu chovido, gotejado inteiro, antes fosse o contrário: a me enganar pelas matas, vestido em sorrisos, assim tão caiporas, teatro de máscaras a dar um tempo pra isso tudo que fui, estou sendo, e finalmente respirar mentiras - mais na frente a vida volta, a saudosa dor por breve esquecida (replicante-xandu)

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    1. Que é isso! Que poema maravilhoso!
      Quero todos os contatos do mundo com vcs, Banca dos B-Boyzz!
      Seguirei seu blogger, JÁ!

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